segunda-feira, 13 de junho de 2011

Indignação

Num dos primeiros posts deste blog, exprimi a minha indignação relativamente à incoerência existente em cafés e/ou restaurantes, no que diz respeito às bebidas que nos servem quando estas não se tratam daquelas que realmente pedimos. Ora, hoje vou expressar a minha indignação novamente mas, desta vez, quanto a um assunto muito diferente: os críticos de cinema.

Estes indivíduos são aqueles que, supostamente, percebem bastante da indústria cinematográfica e que, como tal, expõem em jornais, revistas, etc. as suas opiniões relativamente aos filmes mais recentes. Depois de muitos anos a dar atenção às críticas destes tais sábios da sétima arte, cheguei a uma conclusão muito simples: grande parte dessas críticas são estúpidas.

Sim, eu sei que gostos e opiniões não se discutem! E sim, eu sei que os críticos a que me refiro são, provavelmente, pessoas com grandes habilitações na área em questão!

Mas, neste caso, os gostos deles merecem ser discutidos. Porquê? Porque grande parte destes críticos, suportados pelas já referidas habilitações que, em condições normais, possuem na área do Cinema, limitam-se a dividir as suas críticas em dois grupos:

  1. Críticas aos filmes mais conhecidos pelo público em geral;
  2. Críticas aos filmes conhecidos por apenas meia dúzia de pessoas.

Assim, para avaliar um filme, a única coisa que os críticos fazem é enquadrá-lo numa das duas categorias acima mencionadas e, consoante o referido enquadramento, opinam preconceituosamente. 

Se o filme em causa tiver sido visto por milhões de pessoas no mundo e as opiniões destas sobre o mesmo forem principalmente positivas, os críticos classificam-no como "Muito Fraco", "Isto Foi Um Filme?" ou, se estiverem bem-dispostos, como "Medíocre". Por sua vez, se o filme em questão tiver alcançado o espectacular registo de 300 espectadores no mundo (incluindo os próprios actores e toda a equipa cinematográfica), nesse caso os críticos já o classificam como "Muito Bom", "Excelente" ou "É Tão Sensacional Que Nunca Mais Vou Ver Outro Filme".

Estes senhores e senhoras chegam ao ponto de espezinhar filmes como "Piratas das Caraíbas" e "A Ressaca", adorados por tanta gente, aclamando e consagrando, no entanto, obras como "A Rapariga da Saia Castanha que Corria pelos Campos nos Primeiros Dias de Outono" e "A Figueira Enquanto Árvore e Ser Vivo".

Refira-se que esta minha indignação, para além de exagerada, é também feita de um ponto de vista geral. Isto porque é óbvio que existem críticos diferentes dos que eu acabei de caracterizar e, para além disso, é também verdade que há filmes que apesar de serem fenómenos de bilheteira são, de facto, muito fracos e outros que mesmo que não sejam vistos por muita gente são de grande qualidade.

Contudo, regra geral, aquilo que escrevi não foge muito à verdade. Comprovem-no, por exemplo, em jornais e revistas ou mesmo na Internet.

Bem, e está feita a minha crítica.

E perdoem-me a indignação.

1 comentário:

  1. De facto estou curiosa para ir ver o "A Rapariga da Saia Castanha que Corria pelos Campos nos Primeiros Dias de Outono"!

    Penso que será o filme dos meus sonhos :P

    Parabéns António!
    Muito Sagaz, como sempre ;)

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